For all stars - Capítulo 1

sábado, 1 de fevereiro de 2014 | | |
Kristy's POV
O barulho de ambulâncias ecoava por todo apartamento. Com os olhos ainda pesados, fiz esforço para levantar-me da cama. Olhei através da janela, e imediatamente meus olhos foram guiados para o pequeno tumulto formado na portaria. 

- Mas que diabos está havendo? - falei baixo, quase inaudível.

Bufei, e coloquei meus chinelos. Abri a porta do apartamento e me dirigi até o elevador, onde apertei o botão do mesmo. Um, dois, três segundos e a porta é aberta. Obviamente, o elevador estava vazio, afinal ainda é de madrugada. No térreo, o barulho das sirenes tornava-se ainda mais ensurdecedor. Fui até o lado de fora do prédio e me aproximei do corpo sendo atendido pelos paramédicos. Era... meu pai? Meus olhos se arregalaram involuntariamente. Lágrimas começaram a pular de meus olhos, e então uma moça bem vestida me afastou um pouco, e tentou conter minha revolta.

- Calma, calma. - falou segurando-me pelo braço. 
- É MEU PAI! - gritei o mais forte que minha garganta suportava.

A moça aparentemente estava desesperada mas não tanto quanto eu. As lágrimas saiam com mais frequência, e eu não ficava parada de forma alguma. Minutos e mais minutos se passaram, e os paramédicos incompetentes não estavam fazendo nada para salvar meu pai. Cair da janela do 6º andar é fatal, mas eu ainda tinha esperanças de que algum tipo de milagre acontecesse.

- Você é o que da vítima? - falou a mesma moça, tentando desviar minha atenção.
- Filha. - respondi friamente e continuei chorando incontrolavelmente.

Ela assentiu e continuou puxando meu braço, talvez na tentativa de me afastar do local. Mas eu não vou sair daqui. Eu vou ficar com meu pai nesse momento, não posso o abandonar. Enquanto eu chorava, cenas se passavam pela minha cabeça, memórias. Memórias de nossos tempos juntos, de nossas risadas, de absolutamente tudo. 

- Eu acho que você não está bem... - falou a moça novamente tentando desviar minha atenção.
- Você acha que eu estaria bem? Meu pai não está bem, como você quer que eu fique? - falei um pouco alto demais, exaltada.

A moça afastou-se mais, finalmente. Os paramédicos colocaram meu pai na ambulância e ele foi levado para o hospital mais próximo. Eu fechava os olhos com força, na esperança de que tudo isso fosse apenas um pesadelo. Eu não poderia ir sozinha para o hospital, nem sei dirigir. Puxei o telefone do bolso de minha calça de moletom, e liguei para Zayn. Ele me ajudaria, afinal ele é meu melhor amigo. Um, dois, três toques. 

- Alô?
- Zayn! Você precisa me ajudar! 
- O que aconteceu? Você sabe que horas são? 
- Meu pai... ele... aparentemente se jogou da janela. 
- Meu Deus! Estou indo aí agora, não se mexe. 

O telefone foi desligado, e eu respirei extremamente fundo. Caminhei até o hall de entrada do apartamento e me sentei em um dos sofás de couro velho. Umedeci os lábios e tentei controlar-me para não chorar novamente. Alguns longos minutos se passaram e o carro preto de Zayn parou em frente ao prédio. Ele saiu do carro desesperado e foi até mim. 

- Como isso aconteceu?- ele disse me abraçando forte.
- No caminho te explico. Eles levaram meu pai para o hospital mais próximo.
- O.K.

Caminhamos em passos longos até o carro, e eu fui no banco do passageiro. Zayn colocou na velocidade máxima permitida na via, e eu tentava de alguma forma criar uma expectativa de meu pai estar bem. A angustia estava tomando conta de mim, eu olhava para todos os lados afim de desviar os pensamentos, mas dava funcionava. Coloquei minhas mãos sobre minhas coxas e Zayn colocou sua mão sobre uma delas, tentando me confortar um pouco.

- Vai ficar tudo bem, confia em mim.

Mais alguns segundos, e com a velocidade do carro, chegamos ao hospital. Provavelmente a ambulância já havia chegado bem antes, e meu pai já estava sendo atendido. Corri em direção a recepção e dei todo o nome de meu pai. A mocinha água com açúcar me informou onde ficava a UTI no 3º andar. Zayn apertou o botão do elevador, e então entramos no mesmo. Um corredor enorme me chamou a atenção, respirei fundo e caminhei enquanto olhava para as placas com os nomes de cada sala.

- É aqui. - falei olhando a placa.

Zayn fez um leve sinal de positivo com a cabeça enquanto pressionava os lábios. Coloquei minha mão sobre a maçaneta fria, e a girei. Meu pai estava em uma cama, próxima a janela. Caminhei cautelosamente até lá, enquanto Zayn esperava na porta. Segurei sua mão, gelada, e acariciei seus cabelos, um pouco esbranquiçados. 

- Eu te amo, pai. - sussurrei.

Passei alguns minutos em silêncio, apenas o observando. Um pequeno monitor ao lado mostrava os batimentos cardíacos, que estavam um pouco fracos. Respirei fundo contendo as lágrimas, e então um médico ou enfermeiro, que seja, se aproximou.

- Eu poderia falar com a senhorita, um instante?

Assenti, e o segui. Ele pegou uma espécie de prancheta, provavelmente com as informações de todos os pacientes. Estreitei um pouco meus olhos, e me cobri um pouco mais com meu moletom.

- O caso dele é grave. - falou apontando a cabeça discretamente em direção ao meu pai.
- Tá, mas... Quais são as chances? - falei tentando criar expectativas boas dentro de mim mesma.

O médico pressionou os lábios e balançou a cabeça de forma negativa de leve. Sem reação alguma, abri e fechei a boca várias vezes antes das lágrimas invadirem meu rosto. Assenti levemente, e caminhei até a porta, onde Zayn me aguardava. Havia umas cadeiras espalhadas pelo corredor e me sentei em uma delas; apoiei meus cotovelos em meus joelhos e me inclinei para frente. 

- Vamos, não é bom você ficar aqui.

Ele me estendeu a mão e então eu me levantei. Zayn passou o braço pelos meus ombros, e me apertou junto a si. O que seria da minha vida agora? Meu pai era uma das únicas pessoas que eu podia contar, que eu podia confiar. Ele era meu confidente, sabe?! Depois que minha mãe se foi ele foi a única pessoa que me restou.

- E agora, Zayn? - falei assim que chegamos no elevador.
- Eu não sei pequena, eu não sei. - falou de cabeça baixa.

Fomos até seu carro e então ele fez o mesmo trajeto de vinda, na mesma velocidade. Quando chegamos em frente ao apartamento, eu saí do carro, e Zayn saiu também. Caminhei até o elevador, e apertei o botão do mesmo. Zayn me seguiu, e pela sua cara de cansado provavelmente imaginei que ele não estava com saco de dirigir até sua casa.

- Quer dormir aqui, hoje? Eu não queria ficar sozinha. - falei olhando para baixo.

Ele assentiu e eu fiquei mais aliviada por dentro. Pelo menos haveria alguma companhia. O elevador subiu devagar, quase parando. E então eu abri a porta do apartamento, lembrando-me que havia o deixado destrancado. Fui até o banheiro, e me despi. Entrei debaixo do chuveiro. A água morna jorrava sobre meu corpo e escorria pelo mesmo. Não demorei demais, e em alguns minutos me vi enrolada em uma toalha branca. Fui até meu quarto e vesti um short com uma regata. Caminhei até a sala, e me assustei um pouco ao ver Zayn dormindo no sofá. Fui até ele na tentativa de o acordar para que dormisse no quarto de hóspedes.

- Zayn... - o balancei. - Zayn, não dorme no sofá...

Ele apenas abriu um de seus olhos, e me puxou para que eu deitasse junto dele, mas confesso que é realmente muito apertado. A barba dele roçava sobre meu pescoço, e sua mão ficava apoiada sobre minha cintura. Bem, não demorei demais para dormir, afinal nos braços dele, eu me sentia absolutamente protegida. 

4 comentários:

  1. anw *---* amei, amei, amei, continua amor! Tô adorando!

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    1. Você não sabe o quanto isso é gratificante *0* Meu Deus, muitíssimo obrigada!

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  2. Meu. Deus. Do. Céu, que fic perfeita é essa, mulher, tá mega diva, preciso dizer que tô apaixonada? Ah, então, tô APAIXONADÍSSIMA! rsrs continua

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    1. Muito obrigada mesmo amr vc não sabe o quanto isso é importante, continue comentando pq nós adoramos.
      xoxo

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