Kristy's POV
O
barulho de ambulâncias ecoava por todo apartamento. Com os olhos ainda
pesados, fiz esforço para levantar-me da cama. Olhei através da janela, e
imediatamente meus olhos foram guiados para o pequeno tumulto formado
na portaria.
- Mas que diabos está havendo? - falei baixo, quase inaudível.
Bufei,
e coloquei meus chinelos. Abri a porta do apartamento e me dirigi até o
elevador, onde apertei o botão do mesmo. Um, dois, três segundos e a
porta é aberta. Obviamente, o elevador estava vazio, afinal ainda é de
madrugada. No térreo, o barulho das sirenes tornava-se ainda mais
ensurdecedor. Fui até o lado de fora do prédio e me aproximei do corpo
sendo atendido pelos paramédicos. Era... meu pai? Meus olhos se
arregalaram involuntariamente. Lágrimas começaram a pular de meus olhos,
e então uma moça bem vestida me afastou um pouco, e tentou conter minha
revolta.
- Calma, calma. - falou segurando-me pelo braço.
- É MEU PAI! - gritei o mais forte que minha garganta suportava.
A
moça aparentemente estava desesperada mas não tanto quanto eu. As
lágrimas saiam com mais frequência, e eu não ficava parada de forma
alguma. Minutos e mais minutos se passaram, e os paramédicos
incompetentes não estavam fazendo nada para salvar meu pai. Cair da
janela do 6º andar é fatal, mas eu ainda tinha esperanças de que algum
tipo de milagre acontecesse.
- Você é o que da vítima? - falou a mesma moça, tentando desviar minha atenção.
- Filha. - respondi friamente e continuei chorando incontrolavelmente.
Ela
assentiu e continuou puxando meu braço, talvez na tentativa de me
afastar do local. Mas eu não vou sair daqui. Eu vou ficar com meu pai
nesse momento, não posso o abandonar. Enquanto eu chorava, cenas se
passavam pela minha cabeça, memórias. Memórias de nossos tempos juntos,
de nossas risadas, de absolutamente tudo.
- Eu acho que você não está bem... - falou a moça novamente tentando desviar minha atenção.
- Você acha que eu estaria bem? Meu pai não está bem, como você quer que eu fique? - falei um pouco alto demais, exaltada.
A
moça afastou-se mais, finalmente. Os paramédicos colocaram meu pai na
ambulância e ele foi levado para o hospital mais próximo. Eu fechava os
olhos com força, na esperança de que tudo isso fosse apenas um pesadelo.
Eu não poderia ir sozinha para o hospital, nem sei dirigir. Puxei o
telefone do bolso de minha calça de moletom, e liguei para Zayn. Ele me
ajudaria, afinal ele é meu melhor amigo. Um, dois, três toques.
- Alô?
- Zayn! Você precisa me ajudar!
- O que aconteceu? Você sabe que horas são?
- Meu pai... ele... aparentemente se jogou da janela.
- Meu Deus! Estou indo aí agora, não se mexe.
O
telefone foi desligado, e eu respirei extremamente fundo. Caminhei até o
hall de entrada do apartamento e me sentei em um dos sofás de couro
velho. Umedeci os lábios e tentei controlar-me para não chorar
novamente. Alguns longos minutos se passaram e o carro preto de Zayn
parou em frente ao prédio. Ele saiu do carro desesperado e foi até mim.
- Como isso aconteceu?- ele disse me abraçando forte.
- No caminho te explico. Eles levaram meu pai para o hospital mais próximo.
- O.K.
Caminhamos
em passos longos até o carro, e eu fui no banco do passageiro. Zayn
colocou na velocidade máxima permitida na via, e eu tentava de alguma
forma criar uma expectativa de meu pai estar bem. A angustia estava
tomando conta de mim, eu olhava para todos os lados afim de desviar os
pensamentos, mas dava funcionava. Coloquei minhas mãos sobre minhas
coxas e Zayn colocou sua mão sobre uma delas, tentando me confortar um
pouco.
- Vai ficar tudo bem, confia em mim.
Mais
alguns segundos, e com a velocidade do carro, chegamos ao hospital.
Provavelmente a ambulância já havia chegado bem antes, e meu pai já
estava sendo atendido. Corri em direção a recepção e dei todo o nome de
meu pai. A mocinha água com açúcar me informou onde ficava a UTI no 3º
andar. Zayn apertou o botão do elevador, e então entramos no mesmo. Um
corredor enorme me chamou a atenção, respirei fundo e caminhei enquanto
olhava para as placas com os nomes de cada sala.
- É aqui. - falei olhando a placa.
Zayn
fez um leve sinal de positivo com a cabeça enquanto pressionava os
lábios. Coloquei minha mão sobre a maçaneta fria, e a girei. Meu pai
estava em uma cama, próxima a janela. Caminhei cautelosamente até lá,
enquanto Zayn esperava na porta. Segurei sua mão, gelada, e acariciei
seus cabelos, um pouco esbranquiçados.
- Eu te amo, pai. - sussurrei.
Passei
alguns minutos em silêncio, apenas o observando. Um pequeno monitor ao
lado mostrava os batimentos cardíacos, que estavam um pouco fracos.
Respirei fundo contendo as lágrimas, e então um médico ou enfermeiro,
que seja, se aproximou.
- Eu poderia falar com a senhorita, um instante?
Assenti,
e o segui. Ele pegou uma espécie de prancheta, provavelmente com as
informações de todos os pacientes. Estreitei um pouco meus olhos, e me
cobri um pouco mais com meu moletom.
- O caso dele é grave. - falou apontando a cabeça discretamente em direção ao meu pai.
- Tá, mas... Quais são as chances? - falei tentando criar expectativas boas dentro de mim mesma.
O
médico pressionou os lábios e balançou a cabeça de forma negativa de
leve. Sem reação alguma, abri e fechei a boca várias vezes antes das
lágrimas invadirem meu rosto. Assenti levemente, e caminhei até a porta,
onde Zayn me aguardava. Havia umas cadeiras espalhadas pelo corredor e
me sentei em uma delas; apoiei meus cotovelos em meus joelhos e me
inclinei para frente.
- Vamos, não é bom você ficar aqui.
Ele
me estendeu a mão e então eu me levantei. Zayn passou o braço pelos
meus ombros, e me apertou junto a si. O que seria da minha vida agora?
Meu pai era uma das únicas pessoas que eu podia contar, que eu podia
confiar. Ele era meu confidente, sabe?! Depois que minha mãe se foi ele
foi a única pessoa que me restou.
- E agora, Zayn? - falei assim que chegamos no elevador.
- Eu não sei pequena, eu não sei. - falou de cabeça baixa.
Fomos
até seu carro e então ele fez o mesmo trajeto de vinda, na mesma
velocidade. Quando chegamos em frente ao apartamento, eu saí do carro, e
Zayn saiu também. Caminhei até o elevador, e apertei o botão do mesmo.
Zayn me seguiu, e pela sua cara de cansado provavelmente imaginei que
ele não estava com saco de dirigir até sua casa.
- Quer dormir aqui, hoje? Eu não queria ficar sozinha. - falei olhando para baixo.
Ele
assentiu e eu fiquei mais aliviada por dentro. Pelo menos haveria
alguma companhia. O elevador subiu devagar, quase parando. E então eu
abri a porta do apartamento, lembrando-me que havia o deixado
destrancado. Fui até o banheiro, e me despi. Entrei debaixo do chuveiro.
A água morna jorrava sobre meu corpo e escorria pelo mesmo. Não demorei
demais, e em alguns minutos me vi enrolada em uma toalha branca. Fui
até meu quarto e vesti um short com uma regata. Caminhei até a sala, e
me assustei um pouco ao ver Zayn dormindo no sofá. Fui até ele na
tentativa de o acordar para que dormisse no quarto de hóspedes.
- Zayn... - o balancei. - Zayn, não dorme no sofá...
Ele
apenas abriu um de seus olhos, e me puxou para que eu deitasse junto
dele, mas confesso que é realmente muito apertado. A barba dele roçava
sobre meu pescoço, e sua mão ficava apoiada sobre minha cintura. Bem,
não demorei demais para dormir, afinal nos braços dele, eu me sentia
absolutamente protegida.
anw *---* amei, amei, amei, continua amor! Tô adorando!
ResponderExcluirVocê não sabe o quanto isso é gratificante *0* Meu Deus, muitíssimo obrigada!
ExcluirMeu. Deus. Do. Céu, que fic perfeita é essa, mulher, tá mega diva, preciso dizer que tô apaixonada? Ah, então, tô APAIXONADÍSSIMA! rsrs continua
ResponderExcluirMuito obrigada mesmo amr vc não sabe o quanto isso é importante, continue comentando pq nós adoramos.
Excluirxoxo